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  • Foto do escritorAna Sou

Aconchego

Aconchega-me!

Sim, tu. Tu que me és eu, tu que me foste e conheceste quando quis desistir, quando a minha chama quase se extinguiu.

Lembras-te como me acompanhavas os passos, como eras aquela sombra teimosa que persistia em manter-me acompanhada quando o que eu queria era solidão.

Lembras-te?


E hoje… o que fazes hoje?

Hoje, simplesmente sorris e me aconchegas os dias com a segurança da presença. Já não te temo nem excluo, não te enalteço nem maldigo.

Hoje, aceito-te na multidão que me habita, no circum-navegar do sentir que me universaliza o peito.

Hoje, sou eu que te sorrio mesmo quando tu te queres esconder para me ajudar a descobrir o caminho por mim.

Hoje, descubro em ti os meus segredos e mesmo que tentes manter-te nos bastidores eu trago-te para o palco do coração, retiro-te os véus, ilumino a tua atuação.

Sabes, Hoje, já sei que só sou quem sou por tu me seres também, que sem ti nada seria senão um mero fantoche do corre-corre da vida sem sentido.

Hoje sou eu quem sorri mesmo quando as lágrimas correm livres, mesmo quando rios desaguam no meu colo, mesmo quando as farpas se dulcificam na consciência do porquê, mesmo quando me consciencializo e responsabilizo.

Sabes, hoje aprendo a deixar o medo de parte, aprendo a cantar o fado, a viver com arte. Hoje, já não me procuro fora, já dispenso palmadinhas nas costas.

Hoje, sei-nos somente Divindade que se humanizou para se eternizar mais completa, novamente… sem fuga à imperfeição, sem esquecer a doce canção que nos embala sempre que voamos para lá da mente…


Hoje…


Ana Sou


(Mensagem sentida e recebida a 26 de novembro de 2012)

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