Eu e a minha vivência do invisível
Desde que me conheço que o invisível aos olhos é para mim tão visível quanto tudo o mais, o que nem sempre é fácil.
Em menina via e falava com pessoas que para mim eram tão presentes quanto aquelas que todas as pessoas viam e só via que assim não era quando transmitia as mensagens que tinham para dar, quando dizia que tinha estado a conversar com elas. Tal sinceridade valeu-me toda uma série de situações, desde a surpresa e posterior aceitação até ao desprezo, ao insulto e ao bullying que se manteve até à vida universitária.
Crescer com esta facilidade podia ter-me feito fechar para o mundo mas apesar de todo o sofrimento sempre me recusei a negar quem sou e mantive um estado de abertura para com os outros, confesso que nem sempre saudável.
Ao que via aliava-se a minha confiança inabalável no Deus que tudo habita e a transmissão de energia por imposição das mãos começou desde que me conheço. Não sabia que lhe podia chamar Reiki, só sabia que quando alguém se magoava ou estava mal, bastava colocar as mãos, pedir a ajuda de Deus e tudo ficava bem. Isso valeu-me o epíteto de bruxa, que, ainda hoje, muitos gostam de me chamar.
Se em tempos tal epíteto me magoava, pelo conceito que temos da bruxa vestida de negro, da bruxa das poções maléficas e da vassoura, hoje sei que a bruxa é aquela parte de nós que se sintoniza com a Vida, com a Energia, que é capaz de se conectar com os elementos e ver para além do visível.
"Bruxa" nada mais é que a sabedoria do sagrado feminino em ação. Também sei que a escolha do que fazemos com essa sintonização só a cada um cabe, pode ser positiva ou não, são as duas partes da mesma moeda e eu só posso desejar que cada um a faça em consciência e na sintonia com o seu apelo de alma, com o seu propósito de Vida Divino.
Quando me falaram do Reiki e fiz a minha primeira terapia foi com espanto que vi a Terapeuta a chorar aos meus pés, grata pelo que tinha assistido e pelo que tinha recebido. Hoje, compreendo esse sentimento e cada partilha, cada tratamento é algo tão único, tão belo, tão perfeito que não há palavras que o possam descrever. O mesmo se passa com cada Iniciação. Somos o Eu, o Outro, o Nós e o Universo em uníssono numa mesma fonte de Amor, Somos o Amor.
Caminhar no sentido do Reiki foi para mim um percurso de humildade, um perceber que Eu Sou um instrumento e que a permissão da cura ou não depende unicamente do propósito de Vida Divino de cada Ser, dos acordos feitos, do crescimento e aprendizagem a viver. Aceitar o descrédito, aceitar que a cura possa não acontecer (pelo menos como pensamos que tem de ser - cura há sempre!), permitir-me ser Iniciada e abrir-me às bênçãos e a novos níveis de energia só disponíveis quando nos predispomos a, e aprender a aceitar que o meu caminho é o meu caminho e que o do outro é o do outro, sem culpa, julgamento ou ressentimento de qualquer tipo é uma aprendizagem diária.
Hoje agradeço tudo o que vivi, de coração aberto e certa de que sem estas experiências não seria a pessoa que hoje sou!
Por tudo isto é que costumo dizer ... Eu Amo-Te-Me!
Com emoção profunda... Grata Eu Sou!
Ana Sou