Espelho Essênio 5

Para reconhecimento deste espelho podemos fazer um exercício. De um lado, escrevemos as características que considerávamos ou consideramos, tanto positivas quanto negativas, de nossa Mãe e de nosso Pai e depois podemos verificar se houve alguma mudança entre o que considerávamos em crianças e o que consideramos agora. Se sentirmos alguma emoção muito forte, arrepios, calafrios, suores nas mãos ou até um sentimento de rejeição, quase visceral, então é muito provável que nos estejamos a deparar com algo que tentámos esconder de nós e que agora temos a evolução, a maturidade e as ferramentas para perceber e até curar. Este espelho, de um modo muito subtil, reflete a nossa relação com o Divino. Com a Mãe Divina e com o Pai Divino que encontrou expressão no relacionamento que temos com os nossos pais. É neste momento que somos confrontados a ver quais são as nossas expectativas face ao aspeto feminino e masculino de Deus. O que é que esperamos da nossa Mãe? O que é que esperamos do nosso Pai? Se sentimos que estamos sempre a ser julgados ou se sentimos que o nosso melhor nunca é suficiente, há uma grande probabilidade que nesse relacionamento esteja espelhada a nossa crença em nós que não somos "bons" o suficiente ou que podemos não ter atingido o que seria esperado de nós e que reflete também, de modo muito subtil, a nossa ideia de Deus. Se achamos que tivemos pais autoritários, castradores, manipuladores... não teremos enraizado em nós, de um modo muito subtil, a crença de um Deus castigador que não nos vai dar o que desejamos porque "nos portámos mal" ou porque "não somos nenhuns santos e fizemos tantas asneiras" ou porque "tivemos tantos pensamentos estranhos e inconfessáveis"? Talvez este seja o momento libertador de concluirmos que Deus é Amor e que tudo tem um sentido maravilhoso nas nossas vidas. Mesmo relacionamentos extremamente difíceis mais não fizeram que nos mostrar o que de mais destrutivo enraizámos em nós. Lembremo-nos também que foi com imenso Amor que, do ponto de vista da Alma e mesmo que eles disso não tenham consciência, os nossos Pais aceitaram desempenhar tão bem e tão magnificentemente esse papel ... 12.09.2014